Precisamos falar sobre Sísifo

Sísifo é uma figura mitológica, considerado o mais astuto de todos os mortais. Após levar uma vida rebelde e de malícia, quando morreu, foi condenado a, por toda a eternidade, rolar uma pedra grande de mármore com as mãos, até o cume de uma montanha. Contudo, toda vez que estava quase alcançando o topo, a pedra rolava novamente para baixo.
O esforço de Sísifo, além de repetitivo, levava sempre ao fracasso. “Preso aos seus próprios meios, contudo, a única alternativa era mudar”.
Quantas vezes agimos como Sísifo?
Quantos momentos da nossa vida são compostos por ações automáticas, costume ou simplesmente não paramos para pensar? Estamos presos em rotinas e ações que muitas vezes sequer questionamos.
Vivemos uma vida extremamente acelerada, estamos o tempo todo com a cabeça a mil e não temos tempo. Apesar dessa nova era ter trazido mudanças incríveis para o mundo, também trouxe um “modo de viver automático”, onde fazemos sempre as mesmas coisas e, muitas vezes, os esforços repetitivos são em vão: a pedra rola ladeira a baixo e voltamos para a estaca zero.


Mudar é, no sentido literal, dispor de outro modo. Mudanças levam à ações, à reflexões, a outra forma de ver o mundo. Se a pedra sempre volta a cair, significa que há algo errado. Pode ser algo na forma como você leva a sua vida ou como vê as outras pessoas. Se é que as vê...
Nossas ações precisam ser não só pensadas, mas avaliadas. Nossa sociedade mudou muito e o individualismo toma cada vez formas mais acentuadas. Não podemos culpar a globalização, mas podemos mudar hábitos simples para refletirmos mais sobre nossa existência nesta vida e nosso efeito sobre as outras pessoas.
Não queira algo para toda a eternidade, mas abra novos olhos para o mundo. Nunca é tarde para rever valores, ambições e ser uma pessoa melhor. Não role a pedra apenas por rolar:  encontre um motivo para isso. Não faça algo simplesmente por costume ou modismo, e sim reflita as suas atitudes. Não seja como Sísifo, afinal, você não foi condenado pela eternidade. Ainda há tempo para nós.

Crônica inspirada no filme Antes que eu vá.

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Criado por: Andréa Bistafa.
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